sexta-feira, 15 de setembro de 2017

Bolha Financeira e Imobiliária no Japão

Olá prezados  (as) leitores (as),

Eu sempre escutei sobre a bolha imobiliária no Japão, mas nunca tinha tido a curiosidade de fazer alguma leitura sobre esse assunto. Não encontrei muita coisa em português, então resolvi pesquisar em outros idiomas. Traduzi um post da Wikipédia que está em espanhol que você pode ler clicando aqui, ou ler um em inglês clicando aqui. Ou ler o post a seguir. Para quem quiser se aprofundar mais nesse assunto há vários artigos em inglês e espanhol.

Evolução histórica do índice de preços das terras em 6 grandes cidades do Japão (1965-2008).

A bolha financeira e imobiliária no Japão (baburu keiki, literalmente, "boom da bolha") foi um processo de reavaliação de ativos financeiros e imóveis ocorridos no Japão a partir de 1980 e terminou em 1990. É considerado um das maiores bolhas especulativas da história econômica moderna.

Abordagem da bolha 


Durante a década de 1980, o Japão teve um superávit comercial elevado, utilizado pelos bancos para aquisição de terrenos e ações. Os preços desses ativos começaram a crescer consideravelmente. O mercado imobiliário cresceu o mercado de ações, o que, por sua vez, provocou o crescimento dos ativos imobiliários. A mecânica do processo consistiu em reavaliar as ações de uma determinada empresa com base em seus imóveis e essa reavaliação foi utilizada para comprar mais imóveis. Durante o período de euforia, a oferta monetária cresceu a uma taxa de 9% ao ano.

Os dados que refletem o aumento dos preços dos ativos imobiliários e de ações são tão espetaculares que alguns analistas devem insistir em que são verdadeiras para a descrença do leitor:

O estudo que se aproxima do fenômeno da bolha japonesa (...) é normal ter duas sensações. O primeiro, de incredulidade (...); Em segundo lugar, é difícil entender como os próprios mercados não impediram os excessos de uma cotação difícil de justificar pelos dados fundamentais das empresas. (...) a principal lição aprendida com a análise de tal fenômeno é a facilidade com que a sociedade o aceita na fase de promoção, porque aumenta o crescimento econômico e beneficia políticos, empresários, banqueiros e uma parte mais ousada da população, prejudicando os custos sociais e econômicos que prejudicam os fundamentos econômicos e a coesão social da sociedade como um todo.

A bolha imobiliária


No período 1955-1989, o valor do imobiliário japonês multiplicou-se por 75, representando 20 por cento da riqueza mundial, aproximadamente U$$ 20 trilhões, equivalente a cinco vezes todo o território dos Estados Unidos, um país que teve uma extensão 25 vezes maior. Apenas a área metropolitana de Tóquio tinha o mesmo valor que os Estados Unidos, e um distrito da capital (Chiyoda-ku) valia mais do que todo o Canadá. Se o Palácio Imperial de Tóquio tivesse sido vendido, o equivalente ao valor de todo o estado da Califórnia teria sido obtido. Os campos de golfe de 1990 no Japão duplicaram o valor da capitalização da bolsa australiana.

A bolha do mercado de ações


Dada a interconexão de valores imobiliários com as ações das empresas, estes também sofreram um processo de reavaliação. O valor das ações da bolsa japonesa multiplicou por 100 no período 1955-1990. Uma única empresa japonesa (Nomura Securities) valia mais do que todas as corretoras americanas. Em dezembro de 1984, o índice Nikkei atingiu 11.542 pontos. Em dezembro de 1989, já havia alcançado 38.915 pontos. Após o estourar da bolha em junho de 1992, o Nikkei caiu para 15,951 pontos. Em geral, hoje em dia pensamos que os altos preços das ações ocultaram uma rentabilidade muito baixa das empresas.

O fim da bolha


Entre o início de 1988 e agosto de 1990, o Banco Central do Japão, confrontado com o risco inflacionário da economia e a depreciação do iene em relação ao dólar, decidiu aumentar a taxa de juros bancária de 2,5% para 6%. Os preços das ações sofreram um declínio acentuado (entre janeiro de 1990 e agosto de 1992, o índice Nikkei perdeu 63% de seu valor) e os preços dos imóveis caíram. Uma vez que as ações foram garantidas por imóveis, o sistema financeiro entrou em uma grave crise. No momento em que a explosão de bolhas especulativas é conhecida como colapso de bolhas.


Fatores que intervieram no nascimento da bolha


Uma série de estudos tentaram esclarecer os motivos que levaram a uma robusta economia como a japonesa a ter essa crise.

Quando a bolha explodiu, muitos pensaram que o Japão havia ultrapassado os Estados Unidos e se tornara a primeira superpotência econômica. Após a Segunda Guerra Mundial, o Japão experimentou um crescimento extraordinário. No período 1955-1972, a economia japonesa cresceu em média 10% ao ano. De 1975 a 1990, o crescimento foi mais moderado, mas ainda alto: 4%. A partir de 1990, o crescimento estagnou em 1% .

O modelo econômico japonês explicou, aos olhos dos ocidentais, a prosperidade do país asiático. Paradoxalmente, esse modelo foi, segundo alguns analistas, a causa da crise. A economia japonesa foi fortemente influenciada pelos valores culturais do confucionismo, do taoísmo e do budismo. O paternalismo capitalista, a idade como paradigma de autoridade, uma tradição de consenso na tomada de decisões que afeta a economia do país, o protecionismo econômico vinculado ao forte nacionalismo, a hiper-regulamentação do mercado de trabalho e a identificação do trabalhador com a empresa (que nas grandes corporações garantiram o emprego vitalício) garantiram um funcionamento eficiente do sistema produtivo.

Por outro lado, a estrutura empresarial japonesa não se assemelhava ao ocidental. No Japão, governava o que chamava de "governança corporativa" e "sistema bancário principal". O último conceito refere-se ao quadro dos "keiretsus" (grupos empresariais) que geralmente tinham uma estrutura no topo da qual era uma entidade financeira sob a qual uma série de empresas com participações cruzadas foram espalhadas. O keiretsus tinha como principal defeito sua fraca transparência financeira (o que, ao que parece, seria decisivo para a crise posterior). Quanto à "governança corporativa", foi uma forte inter-relação entre as esferas política, acadêmica e empresarial, segundo a qual o funcionamento da sociedade japonesa em todas as suas esferas foi garantido pela elite comercial com a aquiescência do governo.

Outra característica da economia japonesa foi a vocação pela exportação, que permitiu a entrada de enormes quantidades de capital estrangeiro sob a forma de lucros. A abundância de riqueza também foi determinante para explicar o aumento dos preços no período de 1980-1990. Segundo os relatórios do Banco do Japão, outros fatores que catalisaram a bolha foram o aumento da demanda, facilitando a política monetária e a demanda excessiva de habitação por razões fiscais.

Alguns analistas negam que o impacto dos ganhos de exportação foi a verdadeira causa da bolha. De acordo com essa análise, as empresas exportadoras eram relativamente independentes do "banco principal", e até então o "principal sistema bancário" mudou sua estrutura: a maioria das entidades dirigiu suas atividades financeiras para o mercado interno, para o setor de construção e empresas imobiliárias. A forte dependência do setor financeiro nessas empresas explicaria o colapso subseqüente do sistema bancário japonês após a depreciação do setor imobiliário.


Consequências do fim da bolha


Como conseqüência da crise financeira, começou uma recessão econômica que ainda continua até hoje. O período é conhecido em japonês como década perdida.

O fenômeno do desemprego, sem precedentes no país sob "governança corporativa", apareceu na sociedade japonesa. Em 2002, o desemprego foi de 5,4%. Devido à perda de valor do imobiliário, houve um efeito de riqueza negativo, que reduziu significativamente o consumo. O preço da habitação não aumentaria novamente após catorze anos e faria 0,3% em média. A crise de crédito como resultado da falência de numerosas instituições financeiras aumentou as dificuldades de crédito e paralisou a economia.

No período de euforia, a engenharia financeira (zai-tekku) substituiu os valores relacionados ao trabalho e à responsabilidade, criando uma espiral de ganância e enriquecimento que rapidamente decompôs alguns dos princípios orientadores da moral pública japonesa.

Esse post foi mais por curiosidade mesmo. O que vocês acham dessa bolha?

Abraços
Cowboy Investidor

27 comentários :

  1. vamos por partes:
    Você não vai conseguir entender uma crise ouvindo especialistas mentirosos que fazem parte do sistema, eles são parte do lixo que aconteceu no sistema financeiro.

    A grande maioria das crises tem como base política monetária adotas pelos bancos centrais + Expansão de crédito + Expansão da oferta monetária + contração de crédito = Crise


    Vamos conferir alguns indicadores clássicos do japão:

    Oferta monetária:( impressora modo on)
    m0:https://pt.tradingeconomics.com/japan/money-supply-m0
    m1:https://pt.tradingeconomics.com/japan/money-supply-m1
    m2:https://pt.tradingeconomics.com/japan/money-supply-m2
    m3:https://pt.tradingeconomics.com/japan/money-supply-m3

    Taxa interbancária: CDI japonês
    https://pt.tradingeconomics.com/japan/interbank-rate


    Gastos públicos:
    https://pt.tradingeconomics.com/japan/government-spending

    Dívida publica Pib

    https://pt.tradingeconomics.com/japan/government-debt-to-gdp

    Balanços do banco central:

    https://pt.tradingeconomics.com/japan/central-bank-balance-sheet



    Bolhas como são formadas:

    Fase 1 expansionismo

    Governo cria uma política expansionista artificial por meio de injeção de crédito a juros baixos, adiante banco central intervém na política monetária visando dar sustentação as ambições do governo.

    Na fase seguinte com juros baixos : Bancos nacionais e privados expandem a base monetária pelo multiplicador ( Reservas fracionarias), cada país tem um grau de alavancagem nas reservas que pode ser controlado pelo compulsório entre outros mecanismos de política monetária.

    Fase 2: Com juros baixos pessoas & empresas tomam empréstimos bancários , com mais dinheiro em caixa bancos comerciais estão livres para expandir a base monetária por meio de reservas fracionarias.

    Isso faz como que aja liquidez (excesso de liquidez no sistema) em troca de dívidas de curto e longo prazo.

    - Fase 3: A população em posse do boleto de dívida começa adquirir bens de capital, isso impulsiona artificialmente o lucro das empresas = Demanda artificial criada via expansão.

    - Fase4: Bancos comerciais, investidores em posse deste dinheiro começam comprar cada vez mais ações impulsionando mercado de capitais.

    - As pessoas fazem dívida, empresas fazem mais dívida para dar conta da demanda + empregos são criados etc

    Porque os imóveis sobem , ações etc? Existe uma oferta limitadas destes bens na economia , mas em contra partida existe uma oferta monetária gigante.


    O dinheiro tem de ser remunerado de alguma forma correto? Então bancos de investimentos precisam realocar seus lucros e como a base de ações é limitadas o mercado acionaria dispara.

    O mesmo acontece com imóveis : Existe uma oferta de crédito grande para uma quantidade limitadas de imóveis = bolha.

    Uma bolha pode ser identificada quando o preço descola do fundamento: Existe dinheiro demais no mercado em contra partido um numero limitados de bens.

    Isso gera euforia : consequentemente é bom para governo que pode arrotar vaidade e falar que sua política monetária é a correta = Votos

    Na fase seguinte as pessoas não tem dinheiro para comprar os itens no mercado pois estão totalmente endividadas.


    A inflação começa bater forte e os bancos centrais são obrigadas elevar a taxa de juros = Retração de crédito

    As pessoas que adquiriram bens de capital de longo prazo a taxa de juros zero não conseguem pagar as prestações, afinal a taxa de juros subiu.


    Isso faz com empresas, pessoas física fiquem insolvente afetando todo sistema.

    Todas as crises tem a mesma premissa: Para maior entendimento leia teoria da moeda e juros do keynes que tu vai entender como funciona cabeça dos economistas mainstream.

    Impressora moda on KKKK

    Japão fez uma experiência keynesiana bizarra no começo dos anos 80 , devido a isso o pib crescia bem nos primeiro anos.

    A mesma coisa a china esta fazendo atualmente com suas cidades fantasmas.
    O mesmo modelo foi usado nos EUA fez no sub prime.


    Todo resto é cortina de fumaça criada pra desinformar a massa.

















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    1. Como esta sendo criadas as novas bolhas no mercados mundiais ?
      Via programas de recompraras chamados de Quantitative easing (QE), conhecido também como flexibilização quantitativa ou política de harmonização financeira quantitativa.

      A história se repete de tempos em tempo só muda o operacional.

      Existe um processo chamada rolagem: A cada nova crise banco central intervém com mais dinheiro para salvar o sistema , isso faz com que se crie novas bolhas& crises cada vez maiores no futuro.

      Este processo é uma constante no sistema , por isso a cada 5 anos mais ou menos existe uma crise de grande proporções que nada mais é que a crise de 5 anos atrás alimentada pelo governo.





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    2. Olá Mestre,

      Obrigado pelo excelente comentário. Realmente muitos"especialistas" mentem. Essa bolha do Japão foi bem bizarra. Eu entendi sobre a crise do subprime porque eu fui mais longe e procurei saber do real motivo.
      Agora sobre a China nunca tinha pensado sobre o que você disse.

      Abraços.

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    3. http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/03/150322_cidades_fantasmas_china_mj_cc

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    4. Os comentários do Mestre dos Dividendos deixam muita gente com a sensação de ser analfabeto em finanças.

      Pra quem aparentemente não tem formação na área financeira/ecnômica os comentários do Mestre são bem detalhados, porém meu conhecimento não é suficiente para avaliar se estão corretos.

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    5. Os comentários do Mestre dos Dividendos deixam muita gente com a sensação de ser analfabeto em finanças.(2)

      Aprendi bastante lendo o topico e as mensagens rs.

      E sera que o bitcoin tambem nao pode ser uma bolha?

      Abraçosss

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    6. Olá, Cowboy. O tema é muito interessante, e fico feliz que alguém tenha trazido à baila o tema. Até porque o Japão é sempre citado quando se fala de ações para o longo prazo, e que nem sempre a expectativa naturalmente se materializa.

      Sobre o comentário do colega acima há erro factual.




      “Na fase seguinte com juros baixos : Bancos nacionais e privados expandem a base monetária pelo multiplicador ( Reservas fracionarias), cada país tem um grau de alavancagem nas reservas que pode ser controlado pelo compulsório entre outros mecanismos de política monetária.”
      Não é verdade. Bancos não expandem a base monetária. Quem pode expandir a base monetária num sistema de reservas fracionadas é o Banco Central. Os bancos expandem a oferta monetária.

      “Fase 2: Com juros baixos pessoas & empresas tomam empréstimos bancários , com mais dinheiro em caixa bancos comerciais estão livres para expandir a base monetária por meio de reservas fracionarias.

      Isso faz como que aja liquidez (excesso de liquidez no sistema) em troca de dívidas de curto e longo prazo.”
      Novamente incorreto. Quem expande a base monetária é única e exclusivamente o Banco Central.

      Sem entender a diferença entre base monetária e oferta monetária fica difícil entender o que está ocorrendo atualmente nos EUA, por exemplo. Com a crise de 2008, houve uma explosão da base monetária (criação de dinheiro eletrônico), mas esses trilhões de dólares não viraram oferta monetária (ou seja não entraram na economia real, e até por isso mesmo não houve inflação significativa nos EUA nos últimos 9 anos).

      A simples indicação de expansão da base monetária (M0) e a expansão da oferta monetária no Japão (M1 e seguintes) não dá conta de explicar o que aconteceu com o Japão na década de 80, até porque as mesmas foram expandidas na década de 90 e década de 00 e nem de longe se viu o que aconteceu na década de 80. Ora, se no próprio gráfico apontado a taxa de juros do interbancário japonês está próxima de zero por décadas, por qual motivo não surgiu outra bolha de ativos no Japão?
      Temos que ter cuidado com explicações simplistas, que tentam abarcar todos os fenômenos como se eles fossem idênticos. Explicações simples são aproximações, úteis com certeza, mas a toda evidência não capturam a complexidade de certos acontecimentos.

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    7. Olá VDC,

      Pois é, o bitcoin pode ser, só o tempo dirá.

      Obrigado pelo comentário SoulSufer. Excelente explicação, aprendi muito por abordar esse tema.

      Abraços.

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    8. O que EUA fez após a crise sub-prime é algo completamente diferente de uma expansão de base monetária convencional.

      Basicamente banco central absorveu títulos podres dos bancos e conglomerados em troca paga uma taxa de juros pelos depósitos.

      A impressão não seu deu com aumento expansão de crédito convencional , até por isso não houve aumento substancial na oferta de crédito.

      A base das crises é a mesma sim não tente contextualizar algo que já é de entendimento conceitual e esta mais que provado por A e por B.


      Se você conseguir prever com exatidão quando e como uma bolha vai estourar pode se candidatar para o Nobel de economia.

      Existe ao todo 3 grandes bancos centrais injetando dinheiro no sistema massivamente via programas de Q3 , até por isso não ocorreu estouro da bolha ( Existe sustentação de todos os conglomerados financeiros e governos), todos reféns da armadilha de liquidez.
      Descrição de armadilha de liquidez:

      Isso aqui responde uma pouco da sua pergunta ou séria provocação KKKK

      Na economia monetária, a armadilha de liquidez do inglês (liquidity trap) acontece quando a taxa de juros nominal chega a zero ou a próximo dele e a autoridade monetária se vê impedida de desenvolver a economia usando os tradicionais métodos da política monetária. Nestas ocasiões, as pessoas não esperam retornos de grandes valores dos investimentos financeiros ou físicos e mantêm os seus ativos em depósitos bancários de curto prazo em vez de fazer investimentos de longo prazo. Isto faz uma economia em estado de recessão ainda mais crítico podendo ajudar para um clima de deflação.


      Respondendo alguns dos motivos do porque não surgiu uma bolha de ativos no Japão, por acaso japoneses e conglomerados japoneses tem restrição ao aplicar seu dinheiro localmente num mercado globalizados a partir da década de 90? Atualmente pode se exportar bolha com velocidade incrível , nenhum investidor esta restrito a um único mercado.

      Prever um estouro de bolha atualmente é como usar física newtoniana para explicar física quântica.

      Existe tanto poréns e variáveis trabalhando para o estouro da bolha, mas uma coisa você pode ter certeza nada disso anula o fato que a bolha é fruto da expansão monetária e da oferta e crédito.

      Abraço



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    9. cowboy leia artigos dos maiores caçadores de bolhas do mercado financeiro:

      Peter Schiff
      Gerald Celente

      Este documentário aqui serve para leigos entenderem a base das crises e seus desdobramentos.

      Estes caras foram vilipendiados quando alertaram paras as bolhas criadas pelos ciclos de crédito na décadas passada.


      https://www.youtube.com/watch?v=kIgJpB_Jqig

      Não se limite ao vocabulário rebuscando do economês: A base das crises é idêntica, o que muda são apenas os desdobramentos além dos métodos usais para se imprimir dinheiro.

      Métodos usados atualmente:
      Atualmente Quantitative easing , helicopter money etc

      Mais vídeo Explicando como se criam bolhas.

      https://www.youtube.com/watch?v=DC2WGbj-X8E


      Artigos mais técnicos explicado mercado japoneses:
      Recessão japonesa:
      http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=184

      Mais um artigo do Peter sobre o japão.

      http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1978

      Este artigo explica mais alguns desdobramentos.

      http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2519

      Por ultimo uso destas metodologias para opera no mercado: Opero sobre ciclos de crédito.

      Estou testando muitas destas teorias já faz uns 4 anos, então nada do que estou falando aqui é achismo, passei anos estudando estes eventos.

      Se queres bases mais sólidas você vai ter de se adentra em alguns livros de economia.

      Leia o livro do Keynes de cabo a rabo:
      Adiante recomendo a teoria austríaca aqui a coisa vai ficar tensa pois são vários autores, se trata da teoria sobre ciclos com maior taxa e acerto de todas escolas do pensamento econômico.

      Abraço






      Abraço

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    10. viver a bolha afeta todos ativos financeiro até mesmo bitcoin: A diferença é que a base do bitcoin não pode ser multiplicada loucamente como a do governo.

      Mas o bitcoin por esta situado no sistema financeiro pode receber massa de recursos da impressão de moeda fiduciária governamental: Quanto maior for a oferta monetária mais dinheiro estatal para trocar por bitcoin.

      O bitcoin esta subindo absurdamente porque chineses estão correndo do banco central chinês que esta passando apuros.

      Tem gente grande operando por de trás da moeda para fazer evasão de dinheiro sem sofrer controle de capital por parte do governo, caso contrario o preço estaria mais em conta.

      Acontece a mesma coisa que acontece no mercado de ações quando existe um ciclo expansão de crédito. " BOOm".


      Abraço

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    11. Olá Mestre,

      Obrigado pela indicação dos materiais. Vou dar uma lidas neles e procurar mais coisas.

      Abraços.

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    12. “O que EUA fez após a crise sub-prime é algo completamente diferente de uma expansão de base monetária convencional.

      Basicamente banco central absorveu títulos podres dos bancos e conglomerados em troca paga uma taxa de juros pelos depósitos.

      A impressão não seu deu com aumento expansão de crédito convencional , até por isso não houve aumento substancial na oferta de crédito.”

      Sim, exatamente, por isso a sua afirmação anterior que os bancos expandiram a base monetária não é correta, pois quem expande a base monetária é o Banco Central, não os bancos, e isso é fundamental para entender o o que ocorre nos EUA.

      “A base das crises é a mesma sim não tente contextualizar algo que já é de entendimento conceitual e esta mais que provado por A e por B.”

      Se é para entender algo com mais profundidade, é evidente que sempre tentarei contextualizar.

      “Se você conseguir prever com exatidão quando e como uma bolha vai estourar pode se candidatar para o Nobel de economia. “

      Não necessariamente, vários previram o estouro de várias bolhas e nem por isso foram sequer cogitados para um prêmio nobel (sic), vide o seu exemplo do Peter Schiff abaixo.

      “Existe ao todo 3 grandes bancos centrais injetando dinheiro no sistema massivamente via programas de Q3 , até por isso não ocorreu estouro da bolha ( Existe sustentação de todos os conglomerados financeiros e governos), todos reféns da armadilha de liquidez.”

      Colega, essas descrições sobre QE e o surgimento de uma bolha enorme no mercado de BONDs é muito conhecida e debatida. Também creio que possa haver uma enorme distorção no mercado de dívida. Porém, não é tão singelo, como a sua opinião assevera com certeza saber para qual direção vai essa bolha assim como há anos e anos Trades tentam apostar contra os títulos do Japão (e os seus mais de 200% de dívida-pIB, já que você postou esse gráfico) sem sucesso. Além do mais, atualmente o FED não realiza mais QE, pelo contrário a base monetária encontra-se em contração. O QE do banco Europeu é de 60 bilhões mensais atualmente, comparado com o tamanho do mercado de dívida que é de trilhões e trilhões não se pode dizer que é o QE do Banco Central Europeu que está mantendo os juros em zero ou em alguns casos negativos.

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    13. “Na economia monetária, a armadilha de liquidez do inglês (liquidity trap) acontece quando a taxa de juros nominal chega a zero ou a próximo dele e a autoridade monetária se vê impedida de desenvolver a economia usando os tradicionais métodos da política monetária. Nestas ocasiões, as pessoas não esperam retornos de grandes valores dos investimentos financeiros ou físicos e mantêm os seus ativos em depósitos bancários de curto prazo em vez de fazer investimentos de longo prazo. Isto faz uma economia em estado de recessão ainda mais crítico podendo ajudar para um clima de deflação.”

      Não há deflação nem nos EUA, nem na maioria dos países da Europa. Se as pessoas colocam o dinheiro única e exclusivamente em investimentos financeiros de curto prazo, como afirmado por você, como explicar taxas de juro zero e negativa de títulos soberano de duration longas como de 10 e 15 anos? Quanto a dificuldade de Bancos Centrais operarem políticas monetárias tradicionais no ambiente atual é verdade, e esse tópico é bem discutido no Mises Brasil (já que você colocou links desse site).

      “Prever um estouro de bolha atualmente é como usar física newtoniana para explicar física quântica.

      Existe tanto poréns e variáveis trabalhando para o estouro da bolha, mas uma coisa você pode ter certeza nada disso anula o fato que a bolha é fruto da expansão monetária e da oferta e crédito.”

      A física newtoniana nunca foi utilizada para explicar conceitos quânticos, e é por esse motivo que surgiu uma nova área dentro da física com as descobertas de Planck da radiação de um corpo escuro e do efeito fotoelétrico da Luz por Einstein em 1905.

      Se existem vários poréns e variáveis trabalhando você concorda que não se pode pegar uma receita e explicar tudo o que ocorre baseado apenas nisso como num roteiro pré-feito.

      A teoria dos ciclos econômicos pela expansão do crédito é a base da Escola Austríaca e creio que ela é muito válida para explicar muita coisa, e em nenhum momento foi dito o contrário.

      “isso aqui responde uma pouco da sua pergunta ou séria provocação KKKK”

      Fico contente que leve o meu comentário de forma leve, algumas pessoas não o fazem. Nada como uma boa provocação para que possamos refletir melhor.

      Agradeço o sempre proveitoso diálogo.

      Um abraço


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    14. Olá Mestre

      Só pegando um gancho aqui sobre seu comentário de estar operando nos ciclos do mercado. Se pegar o gráfico histórico de ciclos do mercado ao longo do tempo vai perceber que o Bear costuma durar 1 a 2 anos no máximo e logo em seguida começa o Bull novamente que costuma durar 10 a 20 anos.

      Claro que vc foi simplista no comentário mas não vejo como muito legal segurar uma grana por 10 ou mais anos para só então aplicar em 1 ou 2 anos.

      Não sei se vc chega a ser tão radical assim de só aportar no Bear mas pra mim não me parece muito legal segurar aportes por tanto tempo e perder vários custos de oportunidade nesse meio tempo.

      CI

      Sobre os keiretsus comentei sobre eles no meu vídeo sobre a Autoliv depois da uma olhada lá. Ela é a única empresa que tenho na carteira que conseguiu entrar dentro de um keiretsus sem ser originalmente japonesa. Não me recordo de outra empresa ter feito isso.

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  2. PRECISO estudar mais antes de opinar. É um assunto bem interesante.

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  3. Tudo é cíclico! Por isso estou pensando em vender minha ações na segunda =D

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    1. Olá GM,

      Sim, mas acho que não precisa vender ações a qualquer momento.

      Abraços.

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  4. Fala Cowboy, excelente post!

    Eu li atentamente ao conteúdo e também ao comentário do amigo Mestre dos Dividendos - por sinal muito bem embasado e fundamentado. Tenho meus dois centavos sobre o início da crise japonesa.

    No início da década de 80, o governo japonês - em conjunto com as empresas nipônicas - traçou um modelo de resposta às pressões externas sofridas pelo novo modelo econômico do Tio Sam: Reaganomics. Em 1979, o Sr. Ronald Reagan, mediante seus subordinados no FED, aumentou a Taxa de Juros para níveis nunca vistos, chegando a 15% a.a. no ano de 1982. Como consequência, todos os investidores globais foram buscar os rendimentos nunca então vistos dos títulos públicos americanos. Logo, o dólar valorizou imensamente. A consequência imediata foi a desvalorização de moedas como o iene.

    Além desta primeira medida, o governo Reagan aumentou o déficit público em níveis históricos. Com o dólar valorizado, a taxa de juros em níveis altos, as indústrias americanas não conseguiam competir no mercado global com a estrangeiras - principalmente as japonesas.

    Então, em questão de poucos anos, o desequilíbrio comercial na balança japonesa aumentou exponencialmente, visto que suas empresas começaram a exportar em elevada escala visando ocupar o market share até então ocupado pelas empresas americanas. Esta entrada de dinheiro no território japonês inclusive proporcionou que o Japão se tornasse o maior credor do mundo em 1985 (posição esta hoje ocupada pela China).

    Com pressões internas para possibilitar um fim a este excedente de capital, começou um hobby das indústrias e principalmente dos grandes conglomerados financeiros para liberalização de várias regras financeiras. Com o afrouxamento das restrições, os bancos e seguradoras - investidores institucionais - passaram a adquirir em larga escala imóveis e ações. Além disto, as indústrias utilizavam o seu excedente de caixa para realizar diversas operações especulativas também: commodities, mercado futuro, câmbio, etc. Apenas a título de exemplo: foi nesta época que surgiu o Banco Toyota.

    A partir de 1987, muitas empresas japonesas começaram a se dar mal no jogo especulativo. Coincidentemente tivemos a segunda feira negra em Nova Iorque, que repercutiu em outras quebras de empresas japonesas devido as suas especulações.

    Para apimentar mais ainda este shoyo, os empréstimos no sistema bancário japonês são garantidos por imóveis ou ações - justamente aqueles que estavam sofrendo uma hipervalorização nos últimos anos. Portanto as empresas- sejam elas financeiras ou industriais - visando manter suas posições no mercado que estava altista alguns bons anos, utilizavam os próprios imóveis e ações como garantia para empréstimos. Estes empréstimos eram utilizados para compra de mais imóveis e ações, e assim o problema se retroalimentava.

    Como você bem estudou, o final disso tudo você já sabe: quando o governo restrigiu a oferta de crédito, proibindo empréstimos com garantia em imóveis e ações, o índice Nikkei começou a despencar. As operações alavancadas das empresas cederam, inúmeras quebraram, o desemprego veio a tona e o resto é história.

    Abs e parabéns pelo ótimo conteúdo!

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    1. Olá TR,

      Obrigado pelo excelente comentário.

      Abraços.

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    2. Esse post virou uma verdadeira aula protagonizada pelos colegas blogueiros. Parabéns pela abordagem do tema Cowboy.

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    3. Muito bem colocado termos reais: A alavancagem no sistema financeiro foi crucial para intensificar os efeitos nefastos da política monetária, como empréstimos são garantidos com imóveis ações, o que acontece quando o preço da avaliação e dos ativos cai? BOOM

      E o que os bancos centrais fazem para preço dos ativos não cair? atualmente: Quantitative easing (QE).


      Cowboy: outra grande contribuição do termos reais.
      Quanto maior a alavancagem do sistema maior será o Clash no estouro da bolha.

      Até por isso a bolha japonesa foi tão intensa: Além da expansionismo houve incentivo desmedido para alavancagem financeira que culminou em todo tipo de especulação.


      Abraço






      Será que vejo alguma semelhança com a crise americana?


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  5. Agora uma dúvida, vocês consideram que ocorreu o mesmo aqui no Brasil devido a liberação de crédito e programas do governo como MCMV? O que mais me impressiona é que o deficit de moradia aumentou sendo que houve projetos sociais e o valor dos imoveis tiveram aumento superior a 150% entre 2008 a 2014, estou utilizando como referência São Paulo, pois os valores e ápices foram diferentes dependendo da região do Brasil.

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    1. Olá HT,

      Eu considero uma bolha pequena, pois os imóveis ficaram muito caros. Aqui na cidade que eu moro há muitos apartamentos com placa de vende-se e alugue-se e o aluguel baixou.

      Abraços.

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